terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O Vale de Fogo.


Que crimes indizíveis eram cometidos num desfiladeiro próximo a Jerusalém?
Geena é uma forma helenizada do nome do vale de Himom, um desfiladeiro ao sul de Jerusalém, onde se realizavam cruéis ritos pagãos. Existiu um dia nesse vale, que assinalava a divisa entre Judá e Benjamin, um santuário para deuses moabitas e amonitas. Entre os atos repulsivos que se executavam nesse lugar de péssima fama, figuravam a arte de caminhar sobre o fogo e – muito mais horripilante – a prática do sacrifício de crianças. Acreditava-se que esse último – oferecer o primogênito em holocausto – aplacava  as cruéis divindades pagãs denominadas Camos e Moloque.
Os arqueólogos bíblicos a duras penas vêm juntando as peças para entender o que acontecia em Geena. Como é que um vale pacífico, tão próximo do centro religioso de Israel, tornou-se cenário de alguns dos piores excessos do paganismo? Por que tão pouco resistiam a atos de tamanha maldade? Que abrangência tinha esse culto? Quantas pessoas perderam suas vidas nessa época cruenta? As respostas ainda não conjecturais.
A lembrança maléfica de Geena permaneceu nas mentes das gerações posteriores. Esse nome tornou-se sinônimo de um lugar de terrível tormento, prefigurando a doutrina do inferno. No final, o rei Josias destruiu e profanou os altares e as relíquias da adoração dos ídolos. Porém o profeta Jeremias alertou que nos últimos dias o vale de Geena se tornaria vale de morticínio, trincheira na qual os vermes e as aves de rapina devorariam os cadáveres de incontáveis pessoas. Esse lugar de maldade indizível tornou-se vale de juízo.
“E edificaram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem a seus filhos e filhas; o que nunca ordenei, nem me subiu ao coração. Portanto, eis que vêm dias, diz o Senhor, em que nunca se chamará mais Tofete, nem vale do filho de Himom, mas o vale da Matança; e enterrarão em Tofete por não haver mais lugar. E os cadáveres deste povo servirão de pasto às aves do céu e aos animais da terra; e ninguém os espantará”. (Jeremias 7:31-33).
O que chegam a fazer certas pessoas em nome do fervor religioso é algo que sempre assombrou a mente moderna. Na época, logicamente, as pessoas que ofereciam sacrifícios humanos deveriam acreditar de algum modo que suas ações propiciariam um ídolo irascível. Mas para que não sejamos hipócritas, desdenhando do comportamento primitivo de um povo antigo, devemos nos lembrar de que nosso século também foi responsável por sofrimentos desnecessários impostos pelas mãos dos povos civilizados. Os clamores da angústia de Geena encontram eco na agonia dos holocaustos do século XX, executados em nome de causas justas.
 A história de Geena aparece em vários pontos da Bíblia.
Comece a jornada por
http://stat.correioweb.com.br/correiobraziliense/imagens2/setinha.gif Josué 15:8; 18:16;
http://stat.correioweb.com.br/correiobraziliense/imagens2/setinha.gif 2Reis 23:10;
http://stat.correioweb.com.br/correiobraziliense/imagens2/setinha.gif 2Crônicas 28:3; 33:6;
http://stat.correioweb.com.br/correiobraziliense/imagens2/setinha.gif Jeremias 7:31; 32:35.
Texto retirado e adaptado do livro Mistérios e Acontecimentos Extraordinários da Bíblia.
Atenciosamente, Yuri Vam.

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