terça-feira, 17 de abril de 2012

Primogenitura ou um ensopado?


Oi, então gente, o começo para mim é sempre o mais difícil, rs. Mas acho que posso começar, agradecendo o Yuri Vam, pela oportunidade de publicar este texto aqui. E dizer também o quanto sou feliz e grata por ver a obra perfeita que Deus fez na vida dele. Faz algum tempo que ele abriu esse espaço para que eu pudesse publicar algo, mas acho que Deus sabe o momento certo para tudo, né gente?
    Queria compartilhar um pouquinho com vocês sobre a história de Esaú, óbvio que para falarmos de Esaú temos que falar também de Jacó. A bíblia conta a história de Isaque e Rebeca. Rebeca era estéril, então Isaque fez uma oração ao Senhor pedindo para que abençoasse Rebeca com um filho, um herdeiro. O Senhor respondeu Isaque, e logo, sua esposa engravidou. A bíblia narra que os meninos se empurravam muito dentro da barriga dela, então Rebecca foi consultar o Senhor, que lhe disse:
- “Duas nações estão em seu ventre, já desde as suas entranhas dois povos se separarão; um deles será mais forte que o outro, mas o mais velho servirá ao mais novo” (Gn 25:23).
     Quando ela foi dar a luz, puderam confirmar que Rebeca estava grávida de gêmeos. O que nasceu primeiro era ruivo, e tinha muitos pêlos pelo corpo, então ele foi chamado de Esaú (homem peludo). Logo depois nasceu o outro bebê, que saiu da barriga com a mão agarrada no calcanhar de Esaú, e por este fato lhe deram o nome de Jacó (ele agarra o calcanhar ou ele age traiçoeiramente).
  Com o passar do tempo, a bíblia não especifica exatamente quanto tempo. Esaú se tornou um excelente caçador, muito hábil, vivia pelos campos atrás de caça, enquanto Jacó cuidava do rebanho. Esaú sempre foi o preferido de Isaque, pois ele adorava comer de suas caças. E Jacó era preferido pela mãe.
   Enfim chegamos à parte da história que eu queria comentar. Um dia Jacó preparava um ensopado, e Esaú chegou exausto e com muita fome, pois estava no campo, e pediu-lhe um pouco, dizendo:
   - “Dê-me um pouco desse ensopado vermelho aí. Estou faminto!” (Gn 25:30)
Respondeu-lhe Jacó:
  -“Venda-me primeiro o seu direito de filho mais velho” (Gn 25:31)
Disse Esaú:
 -“Estou quase morrendo. De que me vale esse direito?”(Gn 25:32)
    Jacó insistiu, e fez Esaú jurar a ele que lhe vendia o seu direito de filho mais velho. Então Jacó serviu um prato de ensopado a Esaú, comeu e bebeu, levantou-se e foi embora, desprezando o seu direito como irmão mais velho.
    Em Deuteronômio 21:15-17, explica-se o valor de uma primogenitura, de ser o filho mais velho . Nos dias de hoje não é uma coisa muito conhecida ou falada, mas não quero dizer que uma história como essa possa acontecer nos dias de hoje. Mas será que nós não temos um pouco de Esaú?
     Esaú era filho de Isaque. E Isaque era muito rico, quando Esaú vende sua primogenitura ele diz que está quase morrendo de fome, será mesmo que o filho de Isaque fosse morrer de fome? Ou Esaú estava exagerando? Eu, particularmente, acho um exagero da parte de Esaú, mas nós agimos assim nos dias de hoje. Quando queremos muito algo não importa o preço nós pagamos, e depois no arrependemos. Creio que muitos, já se arrependeram por algo que compraram, e depois viram que não era tão útil, ou tão necessário quanto pensavam, certo? Foi isso que aconteceu com Esaú. Ele trocou o futuro, o certo, pelo momento, pelo desejo.
   Agora pense comigo, porque nós fazemos isso? Compramos algo, pagamos um preço, será que isso é mesmo necessário? Vivemos em uma sociedade consumista, onde ter celulares de ultima geração é considerado artigo de ‘sobrevivência’, onde ter internet, ar-condicionado, é mais importante do que salvar uma vida.
      Será mesmo que agimos certo? Enquanto nos preocupamos mais com as nossas vontades momentâneas do que com as outras coisas? Encontramos também os que vendem sua comunhão com Cristo, para os pecados da carne. O pecado nos oferece ‘status, prazer, dinheiro’ e nós aceitamos, trocamos a salvação, a vida eterna com Deus, por uma felicidade falsa e momentânea. Na minha cabeça eu fiz claramente a analogia entre a primogenitura ‘ a vontade de Deus’ e o prato de ensopado ‘ o momentâneo, o nosso desejo impensado’. Você consegue perceber isso também?
     Em Gênesis 27:34-38, narra quando Esaú percebe o que tinha feito, trocado a benção de ser o primogênito, de ser o herdeiro e abençoado pelo pai, por um prato de ensopado. Quando ele percebe já é tarde demais, Jacó já tinha tomado posse sobre suas bênçãos. Estou aqui, pensando, e queria que você pensasse também. Será que não temos mesmo agido como Esaú? E se, assim como aconteceu com Esaú, quando percebermos que trocamos nosso futuro, nossa eternidade quem sabe, por algo tão banal, pode ser tarde demais, não pode? Esse texto me fez pensar realmente, sobre quais são as prioridades da minha vida. Espero que ajude você também!
    Que possamos ser diferentes de Esaú, que nesta ocasião agiu por impulso, não pensou nas consequências, que todos os dias possamos buscar a Deus acima de todas as coisas. Que possamos vencer as tentações, as banalidades deste mundo. Lembrando sempre que nós estamos no mundo, mas não fazemos parte dele.
"Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt. 6:33)
 E você, quer a ‘primogenitura’ ou fica com o prato de ensopado?
Toda honra e toda glória em todo tempo, sejam dadas a Deus.
                                                                         Att. Jéssica B. de Moraes

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