A obra que ficou
conhecida como “Bíblia do
Diabo” está sendo investigada por um time de cientistas que tentam desvendar
sua origem e mesmo quem seria o autor dos escritos que incluem rituais
satânicos e um manual de exorcismo.
O programa “Fantástico” abordou o tema
em uma reportagem no domingo (8) e mostrou o impressionante objeto. Com quase
um metro de comprimento e pesando cerca de 80 quilos, o livro é conhecido como
Codex Gigas, ou livro grande em latim.
A lenda diz que o escritor da obra foi
um monge beneditino, que após cometer um pecado é sentenciado ao emparedamento.
Ele então implora por sua vida e promete escrever, em apenas uma noite, um
livro com todo o conhecimento humano.
Por volta da meia-noite, quando ele
percebe que não vai conseguir cumprir seu intento, ele então invoca o diabo e
entrega sua alma. Em troca, o próprio satanás escreve a obra.
Os responsáveis pela investigação foram
um especialista em Bíblia, um estudioso de escritas medievais e um expert em
lendas do diabo, além da responsável pela biblioteca nacional da Suécia, onde o
livro está guardado há quatro séculos.
Entre as misteriosas características
próprias ao livro, estão a possibilidade de ele ser escrito por uma só pessoa,
as estranhas sombras que aparecem nas páginas próximas à ilustração do diabo e
quanto tempo foi necessário para a obra ser completada.
As pesquisas levantaram que esse tipo
de objeto era muito disputado pelas ordens religiosas, pois estas buscavam
prestígio e fama, além de doações em dinheiro, pela existência do objeto. No
monastério que tinha a posse da obra, ele teria sido vendido para que o local
escapasse da falência.
Era a Idade Média, época da venda de
indulgências, que prometia um lugar no céu para quem fosse enterrado no cemitério
da ordem. No cemitério, que tinha um tamanho reduzido, de tempos em tempos os
ossos eram desenterrados e utilizados na decoração da capela. Do candelabro,
passando pelo altar e o ofertório: tudo produzido com esqueletos humanos.
Para piorar a fama de que a obra era
satânica, um acontecimento marcou o lugar: todos os monges morreram em virtude
de uma epidemia de peste bubônica.
Algum tempo depois, a “Bíblia do Diabo”
foi parar nas mãos de Rodolfo II, um dos imperadores mais poderosos da Europa.
Em alguns anos, ele se rendeu à loucura e foi destituído do trono.
Sobre as misteriosas sombras que
aparecem nas páginas com as ilustrações do diabo, os cientistas ofereceram uma
explicação para o fenômeno: o “Codex Gigas” foi escrito em pele de jumento, e a
pele escurece em contato com a luz. Como essas são as páginas mais vistas do
livro, justamente por causa da ilustração do diabo, tiveram mais contato com a
luz e, por isso, escureceram.
Outra peculiaridade era escrita do
livro. Usando técnicas de perícias policiais, os especialistas analisaram a
tinta, compararam as letras e o padrão de escrita e concluíram que
uma única pessoa escreveu o livro por completo.
O tempo estimado foi de que seriam
necessários cinco anos de trabalho ininterrupto, já que para reproduzir uma
linha, o especialista leva 20 segundos, uma hora por página. Em uma conta
simples o resultado é de 5 anos para completar o livro.
Mas o monge não seria executado? Os
peritos analisaram a tradução e chegaram à conclusão que a resposta estava em
um erro de tradução. A palavra latina que foi traduzida como emparedado, na
verdade significa sob clausura, ou entre paredes.
Com as análises feitas, toda a
superstição e lendas caíram por terra e chegou-se à conclusão que o livro foi
obra de muitos anos de trabalho de um monge anônimo, inteiramente dedicado à
sua obra.
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