“Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer.”
Mateus 21.31-32
Dia desses conversávamos sobre pessoas que se arrependem e mudam de vida. Mas sempre tem alguém que fica inconformado e caçoa: “É assim… Depois que pintou e bordou, se prostituiu, usou droga, matou, roubou, traiu… de uma hora para outra vira crente e fica santo! É muita cara de pau!”
Cara de pau por quê? Seria preferível seguir num estilo de vida destrutivo de si e dos outros? Arrepender-se, pedir perdão e mudar de vida é algo ruim ou desonroso?
Certamente se quem tece esse tipo de comentário tivesse alguém na família com uma vida desregrada e/ou criminosa, que tivesse dado essa meia-volta rumo a Deus, agradeceria por ver a mudança. Ou, porventura, se alegraria em ver a degradação da família e de um membro dela até o fim, só para ter de quem falar mal?
Ao tecer esse tipo comentário, tais pessoas querem mostrar como são boas diante de Deus ou melhores que as demais: como se elas próprias não tivessem seus esqueletos escondidos no armário e não precisassem de mudança de vida (Lucas 13.5); como se não estivessem agindo como o fariseu que condenou o publicano (na parábola contada por Jesus em Lucas 18.9-14)… Como se achassem que até o próprio Deus está muito satisfeito com sua arrogância, cegueira (para ver seus próprios erros), falta de arrependimento, de amor, de misericórdia e de gratidão a Ele! (Romanos 1.21)
Ignorando o que Deus pode fazer na vida de um homem, muitos deixam de aproximar-se do Senhor Jesus Cristo, que veio buscar e salvar o que estava perdido. Porque os sadios não precisam de médicos mas os doentes sim. (Marcos 2.17)
Negar a doença do pecado não resolve o problema. Antes agrava-se o estado de quem não busca o necessário tratamento. Tentar curar-se sozinho é inútil porque apenas Jesus Cristo pode ministrar essa cura: somente Ele morreu pelas nossas transgressões, pagando a penalidade devida, já que era impossível salvarmos-nos por nossos esforços, contaminados pelo nosso pecado. (João 14.6; Atos 4.12)
Tampouco melhora a situação de um paciente escarnecer de quem está em tratamento ou se vangloriar de que “não está tão mal” – essa negação esconde a rebeldia e a insensatez que nos matam, e que, a longo prazo, podem fazer com que vivamos nossa vida sem jamais provar o amor e a libertação que há em Cristo, sem os quais jamais poderemos estar junto a Deus. O pecado encontrou sua punição única, total e devida na cruz de Cristo. (1Pedro 2.24)
Um pecador não é perdoado por uma boa obra (ou por várias), assim como um homicida não é isento de pena por ser e sempre ter sido um bom pai, um bom marido, um homem educado e querido por todos, que paga seus impostos e contas em dia. Apenas Jesus, que entregou-se ao castigo por nossos pecados, pode dar-nos o perdão de que necessitamos. E o fará graciosamente a todos os que decidirem deixar o pecado, confiar nEle e segui-lo – e isso inclui você! (Atos 2.38; 3.19)
Pense bem antes de fazer comentários sobre quem foi tão agraciado com o amor de Deus e mudou de vida: lembre-se de que mais foi amado quem mais foi perdoado! (Lucas 7.47) Talvez lhe ajude imaginar a reação de Deus ao ouvir seu gracejo infeliz sobre a vida de alguém que ele fez nascer de novo, depois de tê-lo amado tanto, ao ponto de haver entregue seu único Filho, Jesus Cristo, a uma torturante morte na cruz, para salvá-lo! (João 3.36)
Nenhum comentário:
Postar um comentário